Minha Experiência como Pesquisadora

Neste post vou compartilhar minha experiência como pesquisadora e a melhor estratégia para conseguir agendar entrevistas para minha pesquisa.

dicas para pesquisa de mestrado

Minha pesquisa de mestrado teve o objetivo de compreender a influência do Teto de Vidro nas startups no Brasil, por meio da vivência de mulheres em funções de liderança nessas organizações. A motivação em pesquisar as startups surgiu depois que compartilhei com meu orientador minhas experiências em processos de seleção nessas organizações. 

O Teto de Vidro Nas Organizações

o teto de vidro nas organizações

O termo Teto de Vidro explica as barreiras invisíveis e rígidas que impedem o avanço da mulher até a alta liderança nas organizações. Este fenômeno pode ocorrer em diferentes níveis de uma organização.

Campo de Pesquisa

Na minha pesquisa busquei entrevistar mulheres que estão em qualquer nível de liderança abaixo do CEO. O critério, para o perfil das startups, considerou a classificação do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para empresas de grande porte – organizações com mais de 100 funcionários. Esse critério foi definido para identificar startups que possam proporcionar o crescimento de carreira para as mulheres, dado o tamanho de sua organização.

Os Caminhos para Agendar Entrevistas

A primeira busca por contatos para as entrevistas, teve como alvo as startups unicórnios brasileiras. Foram enviadas mensagens para contatos com cargos de liderança no RH  pelo Linkedin. Nesta mensagem eu me apresentava, fazia um breve resumo sobre a pesquisa e finalizava com um convite para a participação da startup no estudo. 

Nessa primeira tentativa nenhuma mensagem foi respondida. Fiz uma nova tentativa dias depois e, dessa vez, recebi 2 respostas positivas.

redes de relacionamentos

A segunda busca foi realizada usando uma nova abordagem. Elaborei uma lista com 21 startups com mais de 100 funcionários, incluindo, também, as multinacionais com subsidiária no Brasil. As empresas foram identificadas por meio de buscas nos websites das startups e Linkedin. Com essa lista, selecionei 9 contatos da minha rede de relacionamento. Dessa vez, enviei o convite por e-mail com as mesmas informações enviadas anteriormente no Linkedin. Dessa vez, recebi respostas positivas de todas as convidadas.

Como me Senti Como Pesquisadora?

Senti uma grande frustração quando não obtive respostas dos líderes de RH para participar da pesquisa na primeira tentativa. As respostas só aconteceram quando usei minha própria rede de relacionamento para o envio dos convites. Principalmente porque tinha a percepção de que a diversidade era um tema importante para as startups.

No entanto, a maioria dos meus colegas de turma de Mestrado teve dificuldades em encontrar pessoas para suas pesquisas.

Depois que passei por esta dificuldade, tento participar de todas as pesquisas em que sou convidada. Quanto maior a amostragem, maior a probabilidade do pesquisador conseguir achados importantes para sua pesquisa. 

A partir deste post, espero contribuir para que você aceite o próximo convite para participar de uma pesquisa.

No próximo post, vou compartilhar um dos achados da minha pesquisa sobre a importância das redes de relacionamentos para a carreira das mulheres.

E  não deixe de colocar no comentário, sugestões de temas para este blog.

Beijos da Titia Opina e até o próximo post.

Como Sobreviver ao Mestrado

Neste post dou 5 dicas para você sobreviver ao mestrado!

Em meio a loucura de entrar numa nova empresa, assumindo uma Diretoria em que não conhecia meu time, meus pares, produtos, processos e sistemas, iniciei meu Mestrado Profissional. E só para dificultar mais um pouquinho, eu precisaria viajar uma vez por mês para participar das aulas.

Obviamente muitos não acreditavam que eu daria conta, inclusive eu. Já estava há 4 anos me programando para começar o Mestrado, mas sempre aparecia um motivo para deixar para o ano seguinte: a falta de tempo. 

E esse tempo que sempre falta e nunca sobra? É só comigo? Acredito que não! Então eu tinha duas opções: multiplicá-lo ou administrá-lo. Como ainda não tenho poderes de multiplicar o tempo, sobrou a segunda opção.

Ao longo do curso, descobri que só administrar o tempo não seria suficiente. Muitas pessoas da minha turma conseguiam administrar o tempo até melhor do que eu, mas produziam menos. 

Analisando essa diferença de produtividade, consegui identificar o que me ajudou a cumprir os prazos de entregas e terminar a dissertação dentro dos prazos propostos pela FDC (Fundação Dom Cabral).

E esses são os principais fatores que me ajudaram a conseguir cumprir os prazos. 

1 – Tema de Pesquisa

A ausência de diversidade na alta liderança das empresas era uma inquietude desde a minha saída do emprego anterior. E eu estava totalmente focada em tentar entender esse fenômeno.

A quantidade de leitura de artigos sobre o tema de pesquisa é absurdamente alta, por isso é muito importante gostar do tema. Se possível, esteja apaixonado por ele!

2 – Orientador

Converse com os orientadores, entenda seus interesses, métodos e forma de trabalhar e só depois faça sua escolha. E se no meio do caminho não estiver funcionando esta relação, existem 3 caminhos: pedir para mudar de orientador, definir um co-orientador, ou solicitar opiniões  de um outro outro professor.

O orientador é fundamental para iluminar seu caminho nos caminhos críticos e acredite,  não serão poucos.

3 – Organização do tempo

Organize seu tempo conforme sua melhor forma de produzir. O que isso significa? Me deram a dica de dedicar pelo menos uma  hora por dia para fazer minhas leituras e escrever trechos da dissertação. Não funcionou! Até me organizar e conseguir me concentrar,  já estava na hora de dormir.

Por outro lado, quando eu tirava um final de semana inteiro, conseguia focar, produzir e avançar. Encontre a sua melhor forma de produzir.

4 – Reuniões com o orientador

Se prepare pra conversar com seu orientador. Normalmente os orientadores não possuem muito tempo, por isso é importante levar os pontos que são relevantes para que você continue produzindo.  Dica importante: peça permissão para gravar as conversas. Eles possuem tanto conteúdo que é impossível anotar ou lembrar de tudo.

 

5- E agora uma dica fundamental e imprescindível:

O que é combinado, não sai caro!

Antes de iniciar o Mestrado deixe claro para seu chefe e seu time que você vai precisar se ausentar (e que em alguns momentos você não estará disponível fora do horário de trabalho).

Em casa, vale a mesma regra. Você vai precisar abrir mão de momentos com a sua família! Neste caso, organize os momentos em que você estará ausente para não perder momentos importantes (aniversários, festas escolares etc.).

E lembre-se de organizar atividades para eles fazerem durante sua ausênciaacredite, eles ficarão perdidos.

E para você? O que é importante para te motivar a viver essa loucura por 2 anos?

Nos próximos posts vou compartilhar minha experiência com a pesquisa de campo. Será que foi fácil? Aguarde!

Beijos da Titia e até o próximo post.

Porque Comecei um Mestrado aos 48 anos

Neste post conto os motivos que me levaram a buscar um Mestrado Profissional quase aos 50 anos.

Quando comecei a procurar um Mestrado Profissional muitas pessoas me perguntavam o motivo de voltar a estudar com quase 50 anos. E também por ter acabado de encerrar um ciclo de 26 anos em uma multinacional.

Não estaria na hora de dar um tempo e descansar um pouco?

Mas naquele momento da minha vida, o Mestrado representava não só uma oportunidade de absorver conhecimentos, competências e metodologias de pesquisas, mas também a oportunidade em trilhar por novos caminhos profissionais.

Até hoje muitas pessoas me procuram para perguntam se vale a pena voltar a estudar após atingir um certo nível de maturidade profissional.

E aqui estão os principais motivos que me fizeram iniciar um Mestrado Profissional aos 48 anos.

1. Aprender Metodologias de Pesquisas para Compartilhar Conhecimentos

Após 26 anos trabalhando na área comercial em uma empresa de tecnologia, acumulei conhecimentos que poderiam ser compartilhados com outros profissionais do mercado.

Mas percebi que precisava fundamentar esses conhecimentos por meio de pesquisas e evidências empíricas. O Mestrado foi o caminho que encontrei para adquirir conhecimentos sobre metodologias de pesquisas para  fundamentar minhas experiências e conhecimentos.

2. Plano B

Quantas pessoas já te perguntaram se você tem um Plano B de carreira? Eu sempre pensei em ter uma vivência na área acadêmica, mas sempre “faltava tempo” para isso.

E em meio a transição de carreira, o tempo para iniciar meu Plano B estava nas minhas mãos.

3. Networking

Após 26 anos na mesma empresa o meu networking estava muito restrito. Quando analisava minhas conexões em redes sociais, elas eram basicamente em contatos da empresa em que trabalhei.

E isso me restringia não só em conhecimento de pessoas, como visão de novas oportunidades, novos mercados e novos conhecimentos.

4. A Busca por Respostas

Muito se fala em diversidade, mas a realidade ainda está muito distante do discurso. Estava inquieta e buscando respostas para a ausência de diversidade na alta liderança das empresas.

Esta inquietude virou o tema da minha pesquisa de Mestrado e trouxe respostas bastante interessantes para as mulheres e as empresas, com fundamentação teórica e evidências empíricas.

E será que foi fácil?

Para minha surpresa, recebi uma proposta de trabalho ao mesmo tempo em que estava sendo admitida para o Mestrado Profissional da FDC (Fundação Dom Cabral).

Se eu disser que foi fácil, ou se alguém disser que é fácil, tenham a certeza de que estão mentindo para vocês!

E como sempre pode ser pior, fomos pegos por uma pandemia que nos fez passar por muitos sentimentos ao mesmo tempo: medo, incertezas, perdas, isolamento e a loucura de mudar nossa forma de trabalhar e estudar.

Mas sobrevivemos! Somos sobreviventes de um tempo que não queremos que volte mais.

Olhando para trás vejo que valeu muito a pena passar por todos esses desafios. Principalmente com o apoio e motivação da minha família.

Valeu a pena?

O sentimento de realização sobrepõe aos dias em que precisei abrir mão do convívio com a minha família e superar todos os desafios que se apresentaram no meio do caminho.

O Mestrado conseguiu superar todas as minhas expectativas!

Para quem estiver curioso sobre a minha pesquisa, faço um convite para ouvir um podcast que gravei para a FDC com um breve resumo da minha dissertação. O link do podcast está aqui neste site.

Ou acessar o link do artigo que foi publicado e apresentado no EnANPAD 2022: http://anpad.com.br/uploads/articles/120/approved/217b4c71837fac172fabebfc299f755b.pdf

No próximo post vou compartilhar algumas estratégias que funcionaram para conseguir produzir em meio ao caos 😊.  

E para quem tiver outras motivações para fazer um Mestrado, compartilhe aqui nos comentários!

Bora ajuda quem ainda está em dúvidas sobre enfrentar este desafio.

Beijos da Titia Opina e até o próximo post.